sábado, 2 de novembro de 2013

Capítulo 27: Guerra

Postado por Estante de Livros às sábado, novembro 02, 2013
Anamika me gritou, mas eu a ignorei e corri de volta
para minha tenda. Sua tenda. Olhando minha área onde dormia,
percebi que não havia nada ali que me pertencesse. Ren tinha a
mochila. Tudo que eu possuía agora eram as roupas em minhas
costas. Meu pulso batia enquanto minha visão se tornava vermelha.
Eu agarrei o amuleto pendurado em meu pescoço e percebi que
queria queimar alguma coisa. Engoli em seco tampando meu fogo
interior. Destruição poderia aliviar minha dor, mas causaria danos e
prejudicaria o que eu estava fazendo, e eu sabia que seria apenas um
alivio temporário.
Fechando os olhos e apertando meus punhos contra eles, eu
sussurrei: “Sr. Kadam, se ao menos você estivesse aqui”.
Kishan me encontrou uma hora depois de que um soldado o
avisou que tinha me visto passar perto da tenda de abastecimento.
Eu tinha confiscado a tenda e tentei montá-la sozinha. Falhando
nisso, eu peguei a lona pesada, subi em uma árvore e fiz um abrigo
improvisado. Teimosamente me sentei nas costas de um tronco de pernas cruzadas e meu queixo descansando em meus punhos.
Kishan se sentou e ficou me observando por um minuto inteiro antes de dizer alguma coisa.
“O que você está tentando fazer Kelsey?”
“Obter certa distância.” Disse de forma abrupta.
“De mim?” Ele perguntou suavemente.
“De... tudo.” Eu murmurei.
Kishan puxou suavemente a parede de minha barraca. “A tenda é pesada. Estou surpreso que você tenha conseguido subir na árvore sozinha.”
Eu grunhi. “No inferno não há fúria.”
Kishan se sentou comigo por um tempo, mas eu me recusei a falar e ele finalmente desistiu. “Se você gosta de sua própria barraca longe de todos nós, eu irei providenciar isso, mas não irei te deixar desprotegida. Irei atribuir soldados para você do meio daqueles que confio. Isso te agradará?”
Não sendo capaz de encontrar seus olhos, eu concordei e ele desapareceu. Pouco tempo depois, um homem trouxe minha própria tenda, meu próprio jarro de água, cobertores e um lavatório.
Fui deixada sozinha pelo resto da semana, embora Ren e Kishan ou ambos virem me verificar com os guarda-costas designados para cuidar de mim. Eu ainda treinei com as mulheres todos os dias, mas Kishan havia escolhido um instrutor substituto já que ele estava gastando muito de seu tempo com os outros líderes militares.
Algumas vezes eu passava pelos campos de treinamento e ouvia o choque das espadas ou os aplausos dos soldados, mas eu contornava a área sem investigar. Eu não conseguia ver Ren e Anamika juntos ou vê-la com todas as minhas armas douradas. Eu ansiava por meu arco e flecha, e reconhecia que tudo que eu mais queria era afundar uma flecha dourada no coração infiel de Ren.
Depois que umas semanas se passaram, os líderes de outro acampamento partiram e preparações foram feitas para mudar de lugar o acampamento de Anamika. Quando era hora de se mover, meus guardas pessoais embalaram minha tenda em um pequeno saco de suprimentos e me ajudaram a subir em meu belo cavalo cinza com sua bela crina e nariz preto.
Minha égua relinchava em antecipação, e o sopro de suas narinas subiu o ar em sopros gelados. Partículas de neve rodopiavam o céu da manhã, mas não chegavam ao chão. Alguém envolveu meus ombros com um manto de pele macia. Os soldados me tratavam como rainha mais do que como uma mulher livre. Eu levantei a capa forrada em pele para meu cabelo e acenei que estava pronta.
Nós seguimos para nordeste por mais dois dias e chegamos ao acampamento à beira do Lago Rakshastal. O tempo estava frio, mas ainda não o congelou. Percebi que para o Himalaia isso estava prestes a acontecer. Usei meu poder de fogo para aquecer o ar em volta de mim e de meu grupo de guarda-costas, e eles descobriram rapidamente que quanto mais perto de mim ficavam, mais confortáveis eles ficavam.
Não foi muito tempo depois que nós acampamos que vimos mais soldados no horizonte. Eu reconheci a bandeira da armada do general Xi-Wong a nossa esquerda e a da armada do general Amphimachus a nossa direita. Mensageiros corriam e voltavam entre os generais durante todo o dia, e embora eu pensasse que provavelmente era melhor que Ren e Kishan ficassem fora do caminho e deixasse a deusa fazer seu trabalho, eu não pude evitar estar preocupada com eles.
Um dia depois quando acordei, o acampamento estava estranhamente silencioso. Senti um aperto em meu coração sabendo que eles haviam ido. Eu havia desenvolvido sinais rudimentares de linguagem com meus guardas na tenda e ele confirmou minha
suspeita me entregando dois papeis dobrados. Afundei-me em um tapete grosso e abri o primeiro. Era de Kishan.
Estamos indo para a batalha hoje Kelsey. Nós três decidimos que seria melhor se você ficasse para trás. Ter você na guerra seria somente uma distração para nós e queremos que essa guerra acabe o mais rápido possível. Por favor, entenda que apenas gostaríamos de te manter a salvo. Na semana passada instruí os guardas a te trazerem a mim no instante em que você perguntasse por mim, mas você nunca veio. Eu te amo Kelsey. Gostaria que você soubesse pelo o que estávamos lutando.
- Kishan
Deixei a carta de lado e abri à segunda. Era de Ren. Dentro do papel dobrado havia um anel. O sol bateu na brilhante safira azul e brilhou ainda mais azul que os olhos de Ren: O corte princesa da safira foi rodeado por redondos diamantes e se assentavam do lado do que parecia com duas faixas prata tecidas juntas, juntamente com um conjunto de diamantes em cada volta. Era de tirar o fôlego.
Kelsey,
Estive segurando esse anel por muitos meses. Eu o barganhei com o Dragão Dourado quando fomos ao seu reino. Ele fora uma vez usado por uma princesa e quando eu o vi, queria ele para você. Eu tinha a intenção de dar a você quando completássemos nossa tarefa e o tempo fosse correto para pedir a sua mão. Agora eu sei que esse tempo veio e foi. Eu lamento muitas coisas que aconteceram, mas eu nunca irei me arrepender de amar você. Por favor, fique com ele. Os soldados usam as estrelas no céu para guiá-los em segurança para casa. Você tem sido e sempre será minha estrela guia. Cada vez que olhar para os céus, eu vou pensar em você;
- Ren
Eu deslizei o anel para o dedo ao lado do anel de Kishan e deixei que as facetas do rubi de Kishan e da safira de Ren capturassem a luz por um momento. Então fechei meu punho. Pisando para fora da barraca fiz sinal para meu guarda trazer meu
cavalo. Ele balançou a cabeça com veemência. Eu insisti, mas ele se recusava até que eu abri a minha mão e permiti que a energia do amuleto me enchesse. Eu produzi uma bola de fogo que crepitava com faíscas e exalava calor suficiente para chamuscar as sobrancelhas dele se chegasse muito perto.
Sua boca abriu e ele cambaleou para trás chamando meu cavalo. Com um sorriso triunfante eu fechei minha mão e a bola de fogo desapareceu em uma explosão de chamas. Até o momento em que terminei de vestir minhas botas e calças largas, a túnica preta no estilo dos guerreiros chineses, que eu havia tirado da barraca de abastecimento, meu cavalo já estava pronto assim como meus guarda-costas. Defini minha mira para o Monte Kailash e permiti meu coração me guiar.
Quando nos aproximamos da beira do exército,os homens me cercaram e apontaram para uma elevação que visava o vale. Eu dei uma leve joelhada em minha égua, virando a cabeça na direção oposta e engasguei com o que vi quando atingi a beira.
O vale estava cheio de soldados de pé em perfeitas formações. Meus guardas agarraram suas longas e curvas espadas enquanto eles se inclinavam para frente e discutiam a próxima luta. Catapultas foram colocadas entre colunas de homens. Eu podia ouvir o ranger das selas, o raspar do metal, e o tocar da trombeta de elefantes de batalha.
Conforme as colunas marcharam em posição, tambores mantinham o tempo. Mensageiros corriam ao longo dos grupos a cavalos, passando informações ao longo da linha da frente, os pássaros voavam pelo ar. Alguns eram urubus antecipando a próxima refeição, mas alguns eram falcões mensageiros ou falcões treinados para voar ao comando padrão.
As carruagens rápidas Persas enchiam o lado Norte do vale, enquanto o restante eram os elefantes de batalha da Armanda de Anamika flanqueadas pela infantaria do General Xi-Wong que estava no lado Sul. Em algum lugar no meio estavam combinados
os soldados das tribos tibetanas e os guerreiros de Maianmar. Eu não conseguia distinguir Ren, Kishan ou Anamika, mas assumi que eles estavam perto da linha de frente.
Quando todos estavam prontos, os ruídos se aquietaram, e houve uma tensão palpável no ar. No inicio eu não via nada e me perguntei se alguém viria lutar contra um exercito unido daquele tamanho, mas depois eu vi. Um nevoeiro rolou a montanha abaixo em ondas tão grossas que obscureceram o pico inteiro.
Ela se arrastou pelo chão com dedos polpudos ameaçadores, como se o nevoeiro em si fosse rasgando a própria terra e rangesse os dentes em antecipação pela batalha à frente. Quando a névoa começou a se afastar, as formas negras se tornaram visíveis, nossos exércitos unidos foram ruidosos em resposta. O que estava à nossa frente era horrível de se ver.
Curvas de formas não humanas, não animais, e alguns nem ao menos vivendo – estavam prontos para obedecer a seu mestre. Eles cavavam a terra com garras deformadas. Eles rosnavam, uivavam e respiravam pesadamente. Alguns possuíam armas e lanças como infantaria, alguns se agachavam no chão e andavam inquietos como gatos selvagens. Alguns metade cavalos metade homens como centauros – rasgavam o chão com seus cascos espessos.
Um homem se moveu para frente e parecia estar com a carga. Ele gritou um comando e os demônios próximos a ele cambalearam desajeitadamente para frente e levantaram alguns membros para relevar asas. Os demônios homens-pássaros voaram para o céu e gritaram para as fileiras de soldados inimigos. Eles se desviaram para o nosso exército e gritaram horrivelmente. Uma saraivada de flechas os perseguiu quando eles voltaram para o seu lugar.
Lokesh não estava em lugar nenhum para ser visto, mas os soldados ao seu lado me apontaram o líder do exército. Era Sunil, o irmão de Anamika. O profundo sobrenatural som de uma trompa sacudiu o vale, e naquele sinal o exército de demônios começaram a
gritar um canto de guerra. Eles batiam no chão, urravam, berravam e gritavam em uníssono.
Nossos exércitos desferiram o primeiro golpe. Catapultas lançaram dezenas de pedras pesadas nas criaturas demônio as esmagando. Pedras atingiram as montanhas e pedaços de rocha se partiram e caíram, derrubando muitas das criaturas. Mas mesmo com membros e as asas quebrados eles logo se levantaram novamente, à espera de seu mestre sinalizar para o ataque.
Enquanto as máquinas de guerra trabalhavam, um sinal foi dado e o exército de demônios cessou abruptamente seu clamor. O exército de Lokesh avançou. Milhares de nossos arqueiros enviaram uma chuva de flechas para o céu. A maioria delas encontrou os respectivos alvos, mas as criaturas nem sequer registraram a dor, eles simplesmente arrancam as flechas, deixaram-nas cair no chão, e correram para com os nossos exércitos.
O exército Anamika correu para encontrá-los e as duas forças opostas colidiram juntos como duas ondas de uma maré. Os inimigos invadiram uma a outra como vespas irritadas em um perturbado ninho. O choque de metal e os gritos dos homens em dor encheram meus ouvidos. Mais homens entraram na luta, correndo em formação e se dispersando enquanto eles lutavam com os animais de Lokesh. Em seguida, a cavalaria chinesa trovejou e cortou um buraco no centro do exército de demônios, mas foram atacados por criaturas como águias que investiram do céu e rasgaram suas costas com garras afiadas.
Os próximos a lutarem era um grupo de zumbis caninos, assemelhando-se a cães, lobos, hienas e chacais. Longos focinhos finos escondiam dentes afiados e mortais. Galopando sobre quatro patas, eles se moviam em bandos e derrubaram nossos carros.
Os elefantes de batalha carregados, e a visão e som de milhares de elefantes mergulhando em uma guerra foi tão extraordinário que eu não conseguia desviar o olhar. Com armadura de proteção desviando lanças e flechas, os animais de seis toneladas trovejaram
de nossas linhas de reserva e foram para frente e pisoteando qualquer coisa que não conseguia sair do caminho o suficientemente rápido.
Jogando suas cabeças pesadas para trás, os elefantes de batalha pressionaram a volta do exército de demônios, encurralando-os contra a montanha enquanto os arqueiros a cavalo nas Howdahs* altas evitaram os ataques dos demônios. Em retaliação, Sunil enviou os mensageiros de Lokesh em aves para o céu. Eles gritavam os comandos para os demônios gatos que conseguiram evitar as bainhas perfurantes e espadas ligadas às presas dos elefantes e saltaram parasuas costas. Os animais de grande porte gritaram alto de dor quando a garras dos gatos rasgaram sua pele coriácea antes dos elefantesalardearem sua morte em todo o vale. *http://en.wikipedia.org/wiki/File:Howdah_(PSF).png
Um elefante sacudiu-se violentamente para desalojar o animal em cima dele, mas fez com que o carro em si soltasse. A plataforma pesada caiu e foi esmagada sob os pés do animal assustado. Gatos demônios rapidamente cuidaram dos homens ainda vivos, enquanto outros pulavam nas costas do elefante. O animal gritava alto e contorcia, erguendo-se sobre suas patas traseiras. Em seguida, ele caiu pesadamente com um barulho que ecoou o vale e demônios tomaram a criatura.
Outro elefante sob ataque desviou e caiu em uma catapulta que se quebrou em pedaços. Alguns homens caíram sobre as espadas ligadas às suas presas e morreram instantaneamente. Outros caíram nos braços de demônios que os esperavam. O elefante de batalha que alardeou de medo antes também foi abatido.
Eu vi a Lua, a bandeira de Rithisak pelo meio da luta com Sunil. Seus soldados foram recebidos por enormes demônios com chifres largos e pesadas clavas com espinhos. Os demônios correram para frente com a cabeça para baixo, chifrando vários homens com o movimento de seus pescoços antes de encontrarem outro alvo. Nas proximidades eles oscilaram a clava, golpeando vários homens
ao mesmo tempo em que rodopiavam de volta para seus companheiros e caiam no chão.
Outro segmento do exército Lokesh estava cheio de demônios insetos. Uma horda deles correu sobre os mortos, matando aqueles que ainda poderiam estar vivos, com seus ferrões, garras, pinças e cauda como as de escorpiões.
A luta continuou, e uma parede de corpos estava empilhada entre os dois exércitos. Estávamos perdendo.
Onde está Anamika?
Olhei para o campo e finalmente a vi como a deusa Durga. Estranhamente, ela não estava usando seu vestido azul, e ela só tinha um conjunto das armas. Ela estava usando o arco e flecha dourados em uma carruagem grande flanqueada por dois homens armados a cavalo. Meu coração me disse que era Ren e Kishan.
Os irmãos lutaram somente com espadas e escudos de madeira, e eles usavam armadura semelhante a outros soldados, não a armadura do broche de Durga. Não fazia sentido.
Por que não praticar, com os oito braços e, em seguida, não usar todos os armas em batalha? Por que criar uma deusa e não mostrar a ela na luta? Onde estão as outras armas de Durga?
As tropas do general Amphimachus tinham perdido muito poucos homens. Eles ganharam algum terreno significativo e foram avançando em falanges retangulares. De onde eu estava sentada a formaçãoparecia um porco-espinho vermelho gigante desajeitado em seu ninho na montanha ninho. Mas mesmo assim eles não foram vitoriosos. Um pássaro demônio gritou alto, e os demônio gatos pularam em cimados escudos e lanças rasgando-os com os dentes afiados. Logo dezenas de milhares de soldados estavam no chão como cartas de um baralho gasto.
Enquanto o dia passava, mais e mais de nossos homens foram perdidos. Um exército de mais de meio milhão foi impiedosamente cortado até pouco mais da metade desse número. Um dos meus guarda-costas apontou uma bandeira acenando que assinalava o
recuo, e logo nossos guerreiros escaparam do campo de batalha, fazendo o seu caminho de volta para seus acampamentos da melhor forma que podiam. Cavaleiros correram através dos soldados caídos que procuram ajudar os feridos antes que os demônios insetos pudessem acabar com eles.
Uma trombeta soou, e o exército de Lokesh se retirou para as sombras das montanhas. Minha égua que eu amarrei a uma árvore ao lado começou a bater as patas e relinchando alto. Ela resistiu às restrições, e os outros cavalos fizeram a mesma coisa. No campo os homens perderam o controle dos elefantes. Eles alardearam voz alta e foram direto para a linha de segurança. Aves de todos os tipos elevaram-se no ar, incluindo os falcões usados para comunicaçãopelo exército Chinês. Animais de todos os tipos à esquerda saíram da floresta e se dirigiram para a cena de batalha, vencidos por um instinto poderoso.
Invoquei o poder em meu amuleto e envolvi uma bolha de calor calmante em torno de mim, meu cavalo, e os restantes animais perto de nós. Mas era tarde demais para salvar a todos. Uma cobra rei levantou-se ao meu lado, sibilou, e então rapidamente fez o seu caminho até a colina. Eu tremia.
Eu vi que o cavalo Anamika e muitos outros cavalos ainda estavam conectados nas carruagens correndo em direção a Monte Kailash. Quando eles chegaram à pilha de cadáveres, eles pararam e empinaram-se em suas pernas traseiras. Um vento forte se levantou e ergueu os corpos dos mortos e, em seguida, os animais também foram puxados para cima no céu. Eles ficam lá pendurados inertes, dormentes, lançados no vento como se fossem apenas folhas de outono pego em um turbilhão.
Homens mortos vestindo as capas vermelhas, as túnicas curtas, e as botas até o joelho blindados do exército de Alexandre o Grande giravam em meio às escuras com guerreiros chineses vestidos de verde. Quando eles penderam a cabeça para trás, os capacetes
pesados caíram no chão abaixo, rolando até pararem no meio dos escudos e armas quese espalhavam pelo chão.
Os animais e os seres humanos formavam pares retorcidos juntos em um vórtice de magia negra. Tremores sacudiram o chão, como se a própria Mãe Natureza estivesse assistindo com horror e temor a escuridão que havia se espalhado por todo o vale. Circulando entre si cada vez mais rápido até que as imagens desfocaram na névoa escura do crepúsculo, o animal e o humano fundidos em um único ser, uma coisa das trevas, um acoplamento profano do homem e besta.
Pássaros demônios bateram asas novas, subindo mais no ar. Feras – meio-urso ou metade lobo – piscaram os olhos amarelos e, quando liberados do vórtice, se arrastaram em direção a montanha. Criaturas choveram do céu, imitações profanas do que já haviam sido. Homens zumbis que agora eram parte glutão * e parte serpente, ou parte leopardo da neve também se viraram e fizeram seu caminho para seu novo mestre. Eles subiram as centenas; em seguida, aos milhares.*http://www.saudeanimal.com.br/imagens/glutao2.jpg
Fechei os olhos, enojada com a falta de respeito para com os mortos. Os soldados mortos não seriam honrados por seus sacrifícios para seu país, mas em vez disso, seriam recrutados contra a sua vontade e escravizados para lutar por um monstro que tinha intenção de destruir a todos nós.
Quem poderia pará-lo? Quem conseguiria pará-lo?
Em seguida, a terra tremeu, e eu vi o acampamento da armada de Macedônia engolido em uma fissura que inalou barracas, suprimentos e homens fatigados. Um tornado chicoteado através da clareira, devastando o acampamento dos Chineses.Barracas, homens, armas e suprimentos foram sugados para a tempestade e então, depois de dançarem no céu turbulento, caíram de volta no lugar de partida. Algo pequeno foi atirado em minha bochechae eu coloquei minha mão para pegar o que eu achava que era granizo. Estava chovendo arroz.
Uma onda enorme levantou do Lago Rakshastal e demoliu o acampamento indígena completamente. A maioria das barracas foi varrida para uma grande inundação, e o acampamento foi devastado pelo impacto. Em seguida, a montanha resolveu ficar quieta. Nossos exércitos tinham sido dizimados após um único dia de luta. Nossos falecidos agora estavam engrossando as fileiras do exército de demônios, e nossos acampamentos foram destruídos.
Eu disse aos homens comigo que precisava voltar para o acampamento para ajudar. Eles se recusaram a me deixar ir – provavelmente porque Ren ou Kishan os ameaçou severamente – mas eu usei poder do meu amuleto para incentivá-los a descer o morro, ligeiramente brinquei com seus traseiros quando eles resistiram. Eu fiz o meu melhor para transmitir a eles que eu ficaria bem e que eu iria voltar em breve enquanto minha mente se enchia de questões problemáticas.
Lokesh ficaria satisfeito se eu me entregasse? Será que ele faria uma troca? O amuleto de fogo e eu pelo exército zumbi que ele tinha? O que é pior? Dar-lhe poder supremo do Amuleto de Damon ou deixá-lo continuar a fazer zumbis?
Parecia que ele iria ganhar de qualquer maneira. Lokesh era um quebra cabeças perigoso.
“Ele é como Ugra Narashimha," eu murmurei. "Quase invencível. Tem que haver uma maneira de destruí-lo. Eu só preciso descobrir como."
"Você pode começar usando os dons de Durga a maneira como eles foram destinados, Kahl-see”, uma voz familiar cantante atrás de mim advertiu.
Eu me virei. "Phet?"

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