sábado, 2 de novembro de 2013

Capítulo 30: Amuleto unido

Postado por Estante de Livros às sábado, novembro 02, 2013
Uma mão quente deslizou sobre o meu ombro.
“Kelsey?” A amorosa voz de Kishan tremia.
Eu sacudi minha cabeça para frente e pra trás
vertiginosamente, incapaz de compreender o que havia acontecido,
não querendo o consolo de ninguém além de Ren.
Kishan cambaleou para o corpo do tigre branco. Com cuidado
e ternura, ele retirou cada lança.
“Ele realmente se foi, não é?” Eu perguntei.
Kishan olhou para mim, lágrimas preenchendo os seus olhos
dourados, e assentiu. Engolindo em seco, ele encarou o corpo sem
vida do irmão. Então lançou as costas de uma mão contra seus
olhos e deixou escapar um urro terrível. Ele arrancou a lança
enterrada no peito de Ren, enfiada e torcida no corpo de tigre de Ren.
Dando alguns passos em direção à forma inerte que um dia fora Lokesh, ele ergueu a lança e cravou no corpo do feiticeiro. Chorando abertamente, Kishan afundou em seus joelhos.
Durga rastejou até Ren e entornou o elixir do kamandal em sua boca. Mas o líquido apenas pingou no chão. Eu sabia que não adiantaria. O elixir não podia reviver os mortos. Ela o sacudiu algumas vezes e falou em sua língua nativa. Lágrimas também preencheram seus olhos. Uma emoção brotou em mim e eu empurrei seus braços para longe de Ren.
“Tire suas mãos de cima dele! Você nos traiu. Se não fosse por você, ele poderia estar vivo.”
“Eu tentei ficar para trás,” ela explicou, “Kishan...”
“Não se atreva a culpar Kishan por isso!” Eu apontei para Ren e agitei meu dedo raivosamente em sua direção para dar ênfase no meu ponto de vista. “Isso aconteceu porque você era incompetente! Eu tive que vir aqui para este tempo para fazer o seu trabalho. Que deusa você acabou se tornando. Bem, tenho novidades para você. Estou cansada de ser sua escolhida. Você me entende?” Eu expeli.
Ela assentiu cabisbaixa e murmurou baixinho, “Eu também o amava, irmãzinha.”
“Amor? Amor? Como ousa falar de amor! Você o conhecia há quanto tempo... um mês? Ele foi meu muito antes de você pôr os olhos nele e era meu quando morreu. A única coisa que sempre nos manteve separados no passado ou no presente foi você. Você roubou suas memórias da mesma forma que o roubou aqui. Se não fosse por você, ainda estaríamos juntos. Ren nunca foi destinado a você.”
Lágrimas escorreram de seus cílios. “Mas eu nunca...” ela começou e parou quando eu virei e afastei-me, completamente desinteressada no que ela tinha a dizer.
Eu tremi com uma tensão justificável, os punhos cerrados. Naquele momento, eu achei que poderia ter matado de novo. Ela sentou-se em seus calcanhares e me encarou boquiaberta, mas eu a ignorei. Em vez disso, peguei uma das patas de Ren e alisei seu pêlo com minha mão, pressionando meus lábios contra ela.
Muitos braços entraram no meu caminho, então me envolvi com a Echarpe Divina e pedi para ser Kelsey de novo.
É tudo o que eu sempre quis ser – apenas uma garota normal de Oregon que ia para a faculdade e tinha encontros com o cara que amava. Mas isso nunca mais aconteceria.
Dando tapinhas no broche, sussurrei instruções e minha armadura a as placas que cobriam Ren encolheram. Assim que terminou, arremessei o pedaço de jóia brilhante, com força, no chão aos pés de Durga. Ela parecia chocada, traumatizada, mas eu não senti um pingo de simpatia por ela. Sem dizer uma palavra e com grande esforço, ela pegou o broche, ergueu-se e escapuliu para o mato.
Aproximei-me mais de Ren e suspendi sua cabeça para o meu colo. Chorando, eu brinquei com suas orelhas macias e disse a ele que o amava de novo e de novo. “Por favor, volte,” Eu solucei. “Preciso de você.”
Eu estava cercada pela morte como no sonho que tive há muito tempo. Soldados mortos estavam espalhados por todo o campo. Cinzas de demônios cremados movimentavam-se pelabrisa. Meus pais, o Sr. Kadam, Ren. Todos eles se foram e eu não sabia pelo que mais eu teria que viver.
Segurei Ren firmemente e o balancei para frente e pra trás. Kishan agachou-se perto de mim, dor irradiando de seus olhos. Senti uma pontada de culpa, mas foi rapidamente envolvida por minha agonia avassaladora. Ele retirou um pegajoso fio de cabelo do meu rosto e o colocou atrás da minha orelha.
Uma movimentação na grama chamou a minha atenção e uma cabeça dourada partiu das lâminas, movendo-se em minha direção.
Eu sorri enquanto estendia meus dedos para tocar a cabeça dourada de Fanindra. O amuleto de fogo estava enrolado em torno do corpo delicado da cobra. O retirei e Fanindra deslizou para as costas de Ren. Sua língua chicoteando levemente para dentro e pra fora enquanto ela olhava para os olhos vidrados dele.
“Você pode curá-lo?” Perguntei.
Ela virou sua cabeça para mim e o deixou, deslizou pelos meus braços e pernas e então descansou sua cabeça na minha coxa.
“Imagino que seja um não.”
Estendi meu braço esquerdo e ela aceitou o convite, enroscando seu corpo no alto do membro, girou até que encontrasse sua posição favorita e solidificou-se, tornando-se a sua versão de jóia.
“Não teríamos conseguido sem você. Obrigada,” Eu disse suavemente e seus olhos verdes brilharam por um momento antes de se tornarem sólidas esmeraldas. Kishan permaneceu em silêncio ao meu lado, esperando por mim. Eu alisei o pelo da testa de Ren e pressionei um beijo prolongado no topo de sua cabeça.
“Eu te amo,” Sussurrei.
“Nós precisamos partir, Kelsey.”
Minhas mãos apertaram o pêlo de Ren. “Não irei deixá-lo aqui.”
“Eu irei carregá-lo,” ele se ofereceu.
Eu concordei, carinhosamente pousei a cabeça de Ren e levantei-me.
Espanando o pó do amuleto e removendo a corrente quebrada, eu o entreguei a Kishan.
Ele o cobriu com sua mão, o tocou com um dedo e refletiu em voz baixa, “Este foi o primeiro presente que lhe dei.” Fechando seus dedos sobre o amuleto, ele olhou para mim e me disse baixinho, “Não acho que isso possa ser corrigido.”
Algo na maneira como ele disse fez minha garganta se apertar, mas empurrei o sentimento para o lado e usei a Echarpe para fazer
uma fita. Quando o amuleto estava amarrado em volta do meu pescoço de novo, senti-me melhor.
“Pegue o restante do amuleto,” Eu instruí Kishan.
Lokesh estava deitado no chão, seus dois conjuntos de chifres apontavam para o céu. O sangue de Ren ainda brilhava em um deles. Kishan rasgou a parte superior do manto de Lokesh e puxou o amuleto solto. Ele o colocou em minha mão aberta. Era um círculo quase completo com um tigre entalhado no centro.
Eu apertei o disco fortemente entre meu polegar e o meu indicador e disse, “O sangue do Capitão Dixon, do Sr. Kadam, do Ren e de inúmeros outros foi derramado por este... demônio. Ele precisa ser completamente destruído.”
Sem saber exatamente como ou por que, eu soube o que fazer. Usando o pedaço de fogo do amuleto, chicotei a Corda de Fogo no chão. Um abismo se abriu, estendeu-se e aprofundou-se até o núcleo derretido da Terra. Terríveis chamas saltaram da rachadura. Erguendo minhas mãos, ordenei que o ar pegasse o corpo de Lokesh, que subiu e flutuou à nossa frente.
Olhei nos olhos do monstro pela última vez. Eu quase podia ouvir sua risada irônica e perguntei-me se esta criatura iria me assombrar pelo resto de meus dias.
Kishan tocou o meu braço, quebrando o meu transe. Eu recuei e mandei o rei dos demônios para as chamas. Lokesh despencou pelo abismo. Quando ele não era mais nada além de cinzas, estalei o chicote mais uma vez e a terra se fechou sobre ele.
“Estou feliz que ele tenha ido,” Durga disse baixinho enquanto caminhava lentamente em nossa direção, desta vez acompanhada por seu irmão.
Sunil apoiou-se colocando o seu peso em sua irmã e nos observou com um olhar de admiração, mas eu não estava no clima para apresentações. Afastei-me dos dois. “Podemos ir, Kishan?”
“Só um minuto, Kells.”
A deusa rapidamente entregou a Kishan o kamandal. Foi quando eu vi a horrível ferida na lateral dele.
“Beba,” ela ordenou.
Ele pegou o pulso dela e os seus olhos encontraram os dele. “Beba,” ela disse de novo, dessa vez mais suavemente.
Kishan bebeu o elixir da sereia e em seguida ela o trouxe para mim. Eu afastei sua mão.
“Você precisa se curar Kelsey,” ela disse.
“A dor que sinto não irá embora.”
“Por favor, tome um pouco.”
Depois de olhá-la fixamente e ver que ela não iria embora, peguei o kamandal e bebi. Imediatamente sentindo a dor em meus músculos diminuir.
Quando eu entreguei a concha de volta para ela, ela perguntou: “Há algo que você possa fazer por... eles?” Ela indicou as tropas que estavam em torno de nós congelados em pedra e gelo.
“Posso tentar.” Respondi.
Esfreguei os amuletos entre meus dedos e senti através do tato de meu polegar qual peça representava a água. O poder dos rios, córregos, oceanos e chuvas me encheram, e naquele momento eu senti como se pudesse dissolver meu copo e afundar através do solo de onde estava.
Embora eu ainda sentisse o movimento de balançar da água enquanto ela rodopiava ao meu redor. Alongando-a com a minha mente eu fui de encontro aos homens que foram congelados e lentamente soprei calor em seus corpos. As moléculas de água se aceleraram e os homens começaram a se mover.
Meu polegar se moveu e eu achei a peça da terra. Meu corpo repentinamente se tornou pesado, inquebrável. O poder de terra me aterrou e me deu um centro. A terra não possuía desespero ou perda de sensações. Eu percebi todos os seres vivos que veem a partir dela, e toda a vida das coisas ao redor. Reorientada, encontrei os seres de pedra que pontilhavam a área em torno de mim e pedi a pedra para devolver a vida para esses seres. A pedra obedeceu e se derreteu pela paisagem. Os homens respiraram e viveram.
Durga passou por cada homem e deu a eles um gole a partir do kamandal. Ela estava cheia de compaixão e cada homem que olhou para ela caiu de joelhos em adoração, confiando em seus olhos. Eu cruzei os braços sobre o meu peito, determinada a não ser comovida por sua visão.
Quando ela havia administrado o elixir em cada homem, eles se reuniram próximos e ela e se virou para nós. “Essas pessoas
precisam de descanso e alimentação. Devemos leva-los ao acampamento e ajudá-los a se recuperarem.” Então a deusa humilde se virou para Sunil em respeito. “Se isso é aceitável para você.”
“Não. Você está certa Mika. Devemos cuidar deles.” Ele respondeu dando um passo para trás.
Ela assentiu com a cabeça e deu instruções para retornamos ao acampamento. Flanqueados por Durga e Sunil, os homens partiram imediatamente.
Com um movimento gracioso de seus braços, Kishan levantou o corpo tigre de Ren e nós solenemente seguimos nossa tropa. A cauda branca de Ren arrastava no chão e sua cabeça se dependurou do braço de Kishan. Minha respiração parou e eu tive que tentar engolir várias vezes.
De volta ao acampamento, eu usei o Colar de Perolas e a Echarpe para criar um balde de água quente e panos limpos e limpei o sangue do pelo de Ren. Kishan havia me deixando sozinha por um tempo, dizendo que ele retornaria para enterrar Ren após montar o acampamento. Havia algo reconfortante em ficar sozinha com o meu tigre e preparar seu corpo. Era um ato final de serviço que eu poderia fazer pelo homem que eu amava e falava baixinho para ele enquanto trabalhava.
A luz esmaeceu e eu escutei um barulho.
“Há quanto tempo você está ai?” Perguntei a Kishan.
“O bastante.” Ele respondeu com uma expressão tensa.
Ele entrou na tenda e foi seguido por Durga e seu irmão.
Um momento depois a tenda se abriu e uma cabeça careca apareceu.
“Posso entrar?” Phet perguntou.
“Por favor!” Durga respondeu.
Phet viu Ren naquele momento e balançou a cabeça. “Esse foi o mais infeliz dos acontecimentos.” Ele disse e se abaixou em uma almofada.
“Você tem um dom para eufemismos.” Eu respondi seca com
lágrimas.
“Há esperança minha flor. Você tem todas as peças do
amuleto?”
“Sim.”
“Posso vê-las?”
Eu levei a mão à peça de fogo em meu pescoço e a coloquei
em sua mão então peguei aquelas usadas por Lokesh que havia
deixado ao meu lado e entreguei a ele também.
Enquanto ele removia a peça de fogo da fita e me entregava de
volta com a chave de ouro de Kishan, ele explicou: “O Amuleto de
Damon é uma Astra. Um Astra é uma arma cósmica ou ferramenta
se quiserem, que tem o poder de grandes canais se devidamente
invocado.”
“Sim. Uma divindade irá responder a um encantamento e
tomar as armas como seus presentes. Por exemplo. A Agiastra cria
uma chama inextinguível, A Suryastra gera Luz brilhante e a
Varunaastra produz grandes quantidades de água. Quanto maior o
deus, maior o poder que Astra empunha.”
“E qual é esta?” Eu perguntei. “E como vamos invocá-la?”
“Você já usou muito das peças contidas dentro das peças dos
amuletos individuais, mas o que você não tinha acesso era o poder
do amuleto reunido.”
E com um estalo, Phet havia acabado de colocar a peça de
fogo na seção vazia do disco do amuleto. As extremidades de cada
pedaço brilharam com uma luz branca, e, em seguida, as cinco
peças se tornaram completas. Ele segurou o Amuleto de Damon
para cima, e a luz da fogueira brilhava na pedra.
Ele o entregou para mim e eu corri o meu dedo pelo tigre esculpido no centro. “Nós sabemos que o Lokesh tinha poder sobre os elementos e criaturas ainda vivas.” Eu disse. “Agora que o amuleto está inteiro o que você quer que façamos com ele?”
“Bem, a primeira coisa que gostaria de fazer é trazer de volta o seu belo príncipe.” Phet disse com uma piscadela (aaaaah! o// )
Eu o olhei boquiaberta.
Suavemente eu perguntei: “Posso realmente fazer isso?”
“Você não pode. O Damonastra pode. Mas você deve chamar o poder de Damon.”
“Damon como tigre da Durga?”
O xamã hesitou e escolheu cuidadosamente as palavras. “O único e mesmo. Damon se sacrificou, dando os tigres vida no começo.” Ele explicou suavemente. “Ele pode conceder o mesmo poder novamente. Tudo que você tem a fazer é ler o mesmo encantamento.”
Eu olhava para as palavras em sânscrito que circundavam o amuleto. Nervosa, molhei os lábios e olhei para cima. “Kishan? Poderia ler isso?”
Kishan assentiu, sentou-se ao meu lado e me deu um rápido, mas carinhoso abraço.
Franzindo os lábios e traçando as palavras em torno do amuleto com o dedo indicador, Kishan murmurou, “Damonasya Rakshasaya Mani-Bharatsysa Pita-Rajaramaasya Putra, ele diz:
Amuleto unido
Traduzido por Karen Marinho e Mariana Fernandes.
Uma mão quente deslizou sobre o meu ombro.
“Kelsey?” A amorosavoz de Kishan tremia.
Eu sacudi minha cabeça para frente e pra trás
vertiginosamente, incapaz de compreender o que havia acontecido,
não querendo o consolo de ninguém além de Ren.
Kishan cambaleou para o corpo do tigre branco. Com cuidado
e ternura, ele retirou cada lança.
“Ele realmente se foi, não é?” Eu perguntei.
Kishan olhou para mim, lágrimas preenchendo os seus olhos
dourados, e assentiu. Engolindo em seco, ele encarou o corpo sem
vida do irmão. Então lançou as costas de uma mão contra seus
olhos e deixou escapar um urro terrível. Ele arrancou a lança
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enterrada no peito de Ren, enfiada e torcida no corpo de tigre de Ren.
Dando alguns passos em direção à forma inerte que um dia fora Lokesh, ele ergueu a lança e cravou no corpo do feiticeiro. Chorando abertamente, Kishan afundou em seus joelhos.
Durga rastejou até Ren e entornou o elixir do kamandal em sua boca. Mas o líquido apenas pingou no chão. Eu sabia que não adiantaria. O elixir não podia reviver os mortos. Ela o sacudiu algumas vezes e falou em sua língua nativa. Lágrimas também preencheram seus olhos. Uma emoção brotou em mim e eu empurrei seus braços para longe de Ren.
“Tire suas mãos de cima dele! Você nos traiu. Se não fosse por você, ele poderia estar vivo.”
“Eu tentei ficar para trás,” ela explicou, “Kishan...”
“Não se atreva a culpar Kishan por isso!” Eu apontei para Ren e agitei meu dedo raivosamente em sua direção para dar ênfase no meu ponto de vista. “Isso aconteceu porque você era incompetente! Eu tive que vir aqui para este tempo para fazer o seu trabalho. Que deusa você acabou se tornando. Bem, tenho novidades para você. Estou cansada de ser sua escolhida. Você me entende?” Eu expeli.
Ela assentiu cabisbaixa e murmurou baixinho, “Eu também o amava, irmãzinha.”
“Amor? Amor? Como ousa falar de amor! Você o conhecia há quanto tempo... um mês? Ele foi meu muito antes de você pôr os olhos nele e era meu quando morreu. A única coisa que sempre nos manteve separados no passado ou no presente foi você. Você roubou suas memórias da mesma forma que o roubou aqui. Se não fosse por você, ainda estaríamos juntos. Ren nunca foi destinado a você.”
Lágrimas escorreram de seus cílios. “Mas eu nunca...” ela começou e parou quando eu virei e afastei-me, completamente desinteressada no que ela tinha a dizer.
Eu tremi com uma tensão justificável, os punhos cerrados. Naquele momento, eu achei que poderia ter matado de novo. Ela sentou-se em seus calcanhares e me encarou boquiaberta, mas eu a ignorei. Em vez disso, peguei uma das patas de Ren e alisei seu pêlo com minha mão, pressionando meus lábios contra ela.
Muitos braços entraram no meu caminho, então me envolvi com a Echarpe Divina e pedi para ser Kelsey de novo.
É tudo o que eu sempre quis ser – apenas uma garota normal de Oregon que ia para a faculdade e tinha encontros com o cara que amava. Mas isso nunca mais aconteceria.
Dando tapinhas no broche, sussurrei instruções e minha armadura a as placas que cobriam Ren encolheram. Assim que terminou, arremessei o pedaço de jóia brilhante, com força, no chão aos pés de Durga. Ela parecia chocada, traumatizada, mas eu não senti um pingo de simpatia por ela. Sem dizer uma palavra e com grande esforço, ela pegou o broche, ergueu-se e escapuliu para o mato.
Aproximei-me mais de Ren e suspendi sua cabeça para o meu colo. Chorando, eu brinquei com suas orelhas macias e disse a ele que o amava de novo e de novo. “Por favor, volte,” Eu solucei. “Preciso de você.”
Eu estava cercada pela morte como no sonho que tive há muito tempo. Soldados mortos estavam espalhados por todo o campo. Cinzas de demônios cremados movimentavam-se pelabrisa. Meus pais, o Sr. Kadam, Ren. Todos eles se foram e eu não sabia pelo que mais eu teria que viver.
Segurei Ren firmemente e o balancei para frente e pra trás. Kishan agachou-se perto de mim, dor irradiando de seus olhos. Senti uma pontada de culpa, mas foi rapidamente envolvida por minha agonia avassaladora. Ele retirou um pegajoso fio de cabelo do meu rosto e o colocou atrás da minha orelha.
Uma movimentação na grama chamou a minha atenção e uma cabeça dourada partiu das lâminas, movendo-se em minha direção.
Eu sorri enquanto estendia meus dedos para tocar a cabeça dourada de Fanindra. O amuleto de fogo estava enrolado em torno do corpo delicado da cobra. O retirei e Fanindra deslizou para as costas de Ren. Sua língua chicoteando levemente para dentro e pra fora enquanto ela olhava para os olhos vidrados dele.
“Você pode curá-lo?” Perguntei.
Ela virou sua cabeça para mim e o deixou, deslizou pelos meus braços e pernas e então descansou sua cabeça na minha coxa.
“Imagino que seja um não.”
Estendi meu braço esquerdo e ela aceitou o convite, enroscando seu corpo no alto do membro, girou até que encontrasse sua posição favorita e solidificou-se, tornando-se a sua versão de jóia.
“Não teríamos conseguido sem você. Obrigada,” Eu disse suavemente e seus olhos verdes brilharam por um momento antes de se tornarem sólidas esmeraldas. Kishan permaneceu em silêncio ao meu lado, esperando por mim. Eu alisei o pelo da testa de Ren e pressionei um beijo prolongado no topo de sua cabeça.
“Eu te amo,” Sussurrei.
“Nós precisamos partir, Kelsey.”
Minhas mãos apertaram o pêlo de Ren. “Não irei deixá-lo aqui.”
“Eu irei carregá-lo,” ele se ofereceu.
Eu concordei, carinhosamente pousei a cabeça de Ren e levantei-me.
Espanando o pó do amuleto e removendo a corrente quebrada, eu o entreguei a Kishan.
Ele o cobriu com sua mão, o tocou com um dedo e refletiu em voz baixa, “Este foi o primeiro presente que lhe dei.” Fechando seus dedos sobre o amuleto, ele olhou para mim e me disse baixinho, “Não acho que isso possa ser corrigido.”
Algo na maneira como ele disse fez minha garganta se apertar, mas empurrei o sentimento para o lado e usei a Echarpe para fazer
uma fita. Quando o amuleto estava amarrado em volta do meu pescoço de novo, senti-me melhor.
“Pegue o restante do amuleto,” Eu instruí Kishan.
Lokesh estava deitado no chão, seus dois conjuntos de chifres apontavam para o céu. O sangue de Ren ainda brilhava em um deles. Kishan rasgou a parte superior do manto de Lokesh e puxou o amuleto solto. Ele o colocou em minha mão aberta. Era um círculo quase completo com um tigre entalhado no centro.
Eu apertei o disco fortemente entre meu polegar e o meu indicador e disse, “O sangue do Capitão Dixon, do Sr. Kadam, do Ren e de inúmeros outros foi derramado por este... demônio. Ele precisa ser completamente destruído.”
Sem saber exatamente como ou por que, eu soube o que fazer. Usando o pedaço de fogo do amuleto, chicotei a Corda de Fogo no chão. Um abismo se abriu, estendeu-se e aprofundou-se até o núcleo derretido da Terra. Terríveis chamas saltaram da rachadura. Erguendo minhas mãos, ordenei que o ar pegasse o corpo de Lokesh, que subiu e flutuou à nossa frente.
Olhei nos olhos do monstro pela última vez. Eu quase podia ouvir sua risada irônica e perguntei-me se esta criatura iria me assombrar pelo resto de meus dias.
Kishan tocou o meu braço, quebrando o meu transe. Eu recuei e mandei o rei dos demônios para as chamas. Lokesh despencou pelo abismo. Quando ele não era mais nada além de cinzas, estalei o chicote mais uma vez e a terra se fechou sobre ele.
“Estou feliz que ele tenha ido,” Durga disse baixinho enquanto caminhava lentamente em nossa direção, desta vez acompanhada por seu irmão.
Sunil apoiou-se colocando o seu peso em sua irmã e nos observou com um olhar de admiração, mas eu não estava no clima para apresentações. Afastei-me dos dois. “Podemos ir, Kishan?”
“Só um minuto, Kells.”
A deusa rapidamente entregou a Kishan o kamandal. Foi quando eu vi a horrível ferida na lateral dele.
“Beba,” ela ordenou.
Ele pegou o pulso dela e os seus olhos encontraram os dele. “Beba,” ela disse de novo, dessa vez mais suavemente.
Kishan bebeu o elixir da sereia e em seguida ela o trouxe para mim. Eu afastei sua mão.
“Você precisa se curar Kelsey,” ela disse.
“A dor que sinto não irá embora.”
“Por favor, tome um pouco.”
Depois de olhá-la fixamente e ver que ela não iria embora, peguei o kamandal e bebi. Imediatamente sentindo a dor em meus músculos diminuir.
Quando eu entreguei a concha de volta para ela, ela perguntou: “Há algo que você possa fazer por... eles?” Ela indicou as tropas que estavam em torno de nós congelados em pedra e gelo.
“Posso tentar.” Respondi.
Esfreguei os amuletos entre meus dedos e senti através do tato de meu polegar qual peça representava a água. O poder dos rios, córregos, oceanos e chuvas me encheram, e naquele momento eu senti como se pudesse dissolver meu copo e afundar através do solo de onde estava.
Embora eu ainda sentisse o movimento de balançar da água enquanto ela rodopiava ao meu redor. Alongando-a com a minha mente eu fui de encontro aos homens que foram congelados e lentamente soprei calor em seus corpos. As moléculas de água se aceleraram e os homens começaram a se mover.
Meu polegar se moveu e eu achei a peça da terra. Meu corpo repentinamente se tornou pesado, inquebrável. O poder de terra me aterrou e me deu um centro. A terra não possuía desespero ou perda de sensações. Eu percebi todos os seres vivos que veem a partir dela, e toda a vida das coisas ao redor. Reorientada, encontrei os seres de pedra que pontilhavam a área em torno de mim e pedi a pedra para devolver a vida para esses seres. A pedra obedeceu e se derreteu pela paisagem. Os homens respiraram e viveram.
Durga passou por cada homem e deu a eles um gole a partir do kamandal. Ela estava cheia de compaixão e cada homem que olhou para ela caiu de joelhos em adoração, confiando em seus olhos. Eu cruzei os braços sobre o meu peito, determinada a não ser comovida por sua visão.
Quando ela havia administrado o elixir em cada homem, eles se reuniram próximos e ela e se virou para nós. “Essas pessoas
precisam de descanso e alimentação. Devemos leva-los ao acampamento e ajudá-los a se recuperarem.” Então a deusa humilde se virou para Sunil em respeito. “Se isso é aceitável para você.”
“Não. Você está certa Mika. Devemos cuidar deles.” Ele respondeu dando um passo para trás.
Ela assentiu com a cabeça e deu instruções para retornamos ao acampamento. Flanqueados por Durga e Sunil, os homens partiram imediatamente.
Com um movimento gracioso de seus braços, Kishan levantou o corpo tigre de Ren e nós solenemente seguimos nossa tropa. A cauda branca de Ren arrastava no chão e sua cabeça se dependurou do braço de Kishan. Minha respiração parou e eu tive que tentar engolir várias vezes.
De volta ao acampamento, eu usei o Colar de Perolas e a Echarpe para criar um balde de água quente e panos limpos e limpei o sangue do pelo de Ren. Kishan havia me deixando sozinha por um tempo, dizendo que ele retornaria para enterrar Ren após montar o acampamento. Havia algo reconfortante em ficar sozinha com o meu tigre e preparar seu corpo. Era um ato final de serviço que eu poderia fazer pelo homem que eu amava e falava baixinho para ele enquanto trabalhava.
A luz esmaeceu e eu escutei um barulho.
“Há quanto tempo você está ai?” Perguntei a Kishan.
“O bastante.” Ele respondeu com uma expressão tensa.
Ele entrou na tenda e foi seguido por Durga e seu irmão.
Um momento depois a tenda se abriu e uma cabeça careca apareceu.
“Posso entrar?” Phet perguntou.
“Por favor!” Durga respondeu.
Phet viu Ren naquele momento e balançou a cabeça. “Esse foi o mais infeliz dos acontecimentos.” Ele disse e se abaixou em uma almofada.
“Você tem um dom para eufemismos.” Eu respondi seca com
lágrimas.
“Há esperança minha flor. Você tem todas as peças do
amuleto?”
“Sim.”
“Posso vê-las?”
Eu levei a mão à peça de fogo em meu pescoço e a coloquei
em sua mão então peguei aquelas usadas por Lokesh que havia
deixado ao meu lado e entreguei a ele também.
Enquanto ele removia a peça de fogo da fita e me entregava de
volta com a chave de ouro de Kishan, ele explicou: “O Amuleto de
Damon é uma Astra. Um Astra é uma arma cósmica ou ferramenta
se quiserem, que tem o poder de grandes canais se devidamente
invocado.”
“Sim. Uma divindade irá responder a um encantamento e
tomar as armas como seus presentes. Por exemplo. A Agiastra cria
uma chama inextinguível, A Suryastra gera Luz brilhante e a
Varunaastra produz grandes quantidades de água. Quanto maior o
deus, maior o poder que Astra empunha.”
“E qual é esta?” Eu perguntei. “E como vamos invocá-la?”
“Você já usou muito das peças contidas dentro das peças dos
amuletos individuais, mas o que você não tinha acesso era o poder
do amuleto reunido.”
E com um estalo, Phet havia acabado de colocar a peça de
fogo na seção vazia do disco do amuleto. As extremidades de cada
pedaço brilharam com uma luz branca, e, em seguida, as cinco
peças se tornaram completas. Ele segurou o Amuleto de Damon
para cima, e a luz da fogueira brilhava na pedra.
Ele o entregou para mim e eu corri o meu dedo pelo tigre esculpido no centro. “Nós sabemos que o Lokesh tinha poder sobre os elementos e criaturas ainda vivas.” Eu disse. “Agora que o amuleto está inteiro o que você quer que façamos com ele?”
“Bem, a primeira coisa que gostaria de fazer é trazer de volta o seu belo príncipe.” Phet disse com uma piscadela (aaaaah! o// )
Eu o olhei boquiaberta.
Suavemente eu perguntei: “Posso realmente fazer isso?”
“Você não pode. O Damonastra pode. Mas você deve chamar o poder de Damon.”
“Damon como tigre da Durga?”
O xamã hesitou e escolheu cuidadosamente as palavras. “O único e mesmo. Damon se sacrificou, dando os tigres vida no começo.” Ele explicou suavemente. “Ele pode conceder o mesmo poder novamente. Tudo que você tem a fazer é ler o mesmo encantamento.”
Eu olhava para as palavras em sânscrito que circundavam o amuleto. Nervosa, molhei os lábios e olhei para cima. “Kishan? Poderia ler isso?”
Kishan assentiu, sentou-se ao meu lado e me deu um rápido, mas carinhoso abraço.
Franzindo os lábios e traçando as palavras em torno do amuleto com o dedo indicador, Kishan murmurou, “Damonasya Rakshasaya Mani-Bharatsysa Pita-Rajaramaasya Putra, ele diz:Amuleto unido
Traduzido por Karen Marinho e Mariana Fernandes.
Uma mão quente deslizou sobre o meu ombro.
“Kelsey?” A amorosavoz de Kishan tremia.
Eu sacudi minha cabeça para frente e pra trás
vertiginosamente, incapaz de compreender o que havia acontecido,
não querendo o consolo de ninguém além de Ren.
Kishan cambaleou para o corpo do tigre branco. Com cuidado
e ternura, ele retirou cada lança.
“Ele realmente se foi, não é?” Eu perguntei.
Kishan olhou para mim, lágrimas preenchendo os seus olhos
dourados, e assentiu. Engolindo em seco, ele encarou o corpo sem
vida do irmão. Então lançou as costas de uma mão contra seus
olhos e deixou escapar um urro terrível. Ele arrancou a lança
30
enterrada no peito de Ren, enfiada e torcida no corpo de tigre de Ren.
Dando alguns passos em direção à forma inerte que um dia fora Lokesh, ele ergueu a lança e cravou no corpo do feiticeiro. Chorando abertamente, Kishan afundou em seus joelhos.
Durga rastejou até Ren e entornou o elixir do kamandal em sua boca. Mas o líquido apenas pingou no chão. Eu sabia que não adiantaria. O elixir não podia reviver os mortos. Ela o sacudiu algumas vezes e falou em sua língua nativa. Lágrimas também preencheram seus olhos. Uma emoção brotou em mim e eu empurrei seus braços para longe de Ren.
“Tire suas mãos de cima dele! Você nos traiu. Se não fosse por você, ele poderia estar vivo.”
“Eu tentei ficar para trás,” ela explicou, “Kishan...”
“Não se atreva a culpar Kishan por isso!” Eu apontei para Ren e agitei meu dedo raivosamente em sua direção para dar ênfase no meu ponto de vista. “Isso aconteceu porque você era incompetente! Eu tive que vir aqui para este tempo para fazer o seu trabalho. Que deusa você acabou se tornando. Bem, tenho novidades para você. Estou cansada de ser sua escolhida. Você me entende?” Eu expeli.
Ela assentiu cabisbaixa e murmurou baixinho, “Eu também o amava, irmãzinha.”
“Amor? Amor? Como ousa falar de amor! Você o conhecia há quanto tempo... um mês? Ele foi meu muito antes de você pôr os olhos nele e era meu quando morreu. A única coisa que sempre nos manteve separados no passado ou no presente foi você. Você roubou suas memórias da mesma forma que o roubou aqui. Se não fosse por você, ainda estaríamos juntos. Ren nunca foi destinado a você.”
Lágrimas escorreram de seus cílios. “Mas eu nunca...” ela começou e parou quando eu virei e afastei-me, completamente desinteressada no que ela tinha a dizer.
Eu tremi com uma tensão justificável, os punhos cerrados. Naquele momento, eu achei que poderia ter matado de novo. Ela sentou-se em seus calcanhares e me encarou boquiaberta, mas eu a ignorei. Em vez disso, peguei uma das patas de Ren e alisei seu pêlo com minha mão, pressionando meus lábios contra ela.
Muitos braços entraram no meu caminho, então me envolvi com a Echarpe Divina e pedi para ser Kelsey de novo.
É tudo o que eu sempre quis ser – apenas uma garota normal de Oregon que ia para a faculdade e tinha encontros com o cara que amava. Mas isso nunca mais aconteceria.
Dando tapinhas no broche, sussurrei instruções e minha armadura a as placas que cobriam Ren encolheram. Assim que terminou, arremessei o pedaço de jóia brilhante, com força, no chão aos pés de Durga. Ela parecia chocada, traumatizada, mas eu não senti um pingo de simpatia por ela. Sem dizer uma palavra e com grande esforço, ela pegou o broche, ergueu-se e escapuliu para o mato.
Aproximei-me mais de Ren e suspendi sua cabeça para o meu colo. Chorando, eu brinquei com suas orelhas macias e disse a ele que o amava de novo e de novo. “Por favor, volte,” Eu solucei. “Preciso de você.”
Eu estava cercada pela morte como no sonho que tive há muito tempo. Soldados mortos estavam espalhados por todo o campo. Cinzas de demônios cremados movimentavam-se pelabrisa. Meus pais, o Sr. Kadam, Ren. Todos eles se foram e eu não sabia pelo que mais eu teria que viver.
Segurei Ren firmemente e o balancei para frente e pra trás. Kishan agachou-se perto de mim, dor irradiando de seus olhos. Senti uma pontada de culpa, mas foi rapidamente envolvida por minha agonia avassaladora. Ele retirou um pegajoso fio de cabelo do meu rosto e o colocou atrás da minha orelha.
Uma movimentação na grama chamou a minha atenção e uma cabeça dourada partiu das lâminas, movendo-se em minha direção.
Eu sorri enquanto estendia meus dedos para tocar a cabeça dourada de Fanindra. O amuleto de fogo estava enrolado em torno do corpo delicado da cobra. O retirei e Fanindra deslizou para as costas de Ren. Sua língua chicoteando levemente para dentro e pra fora enquanto ela olhava para os olhos vidrados dele.
“Você pode curá-lo?” Perguntei.
Ela virou sua cabeça para mim e o deixou, deslizou pelos meus braços e pernas e então descansou sua cabeça na minha coxa.
“Imagino que seja um não.”
Estendi meu braço esquerdo e ela aceitou o convite, enroscando seu corpo no alto do membro, girou até que encontrasse sua posição favorita e solidificou-se, tornando-se a sua versão de jóia.
“Não teríamos conseguido sem você. Obrigada,” Eu disse suavemente e seus olhos verdes brilharam por um momento antes de se tornarem sólidas esmeraldas. Kishan permaneceu em silêncio ao meu lado, esperando por mim. Eu alisei o pelo da testa de Ren e pressionei um beijo prolongado no topo de sua cabeça.
“Eu te amo,” Sussurrei.
“Nós precisamos partir, Kelsey.”
Minhas mãos apertaram o pêlo de Ren. “Não irei deixá-lo aqui.”
“Eu irei carregá-lo,” ele se ofereceu.
Eu concordei, carinhosamente pousei a cabeça de Ren e levantei-me.
Espanando o pó do amuleto e removendo a corrente quebrada, eu o entreguei a Kishan.
Ele o cobriu com sua mão, o tocou com um dedo e refletiu em voz baixa, “Este foi o primeiro presente que lhe dei.” Fechando seus dedos sobre o amuleto, ele olhou para mim e me disse baixinho, “Não acho que isso possa ser corrigido.”
Algo na maneira como ele disse fez minha garganta se apertar, mas empurrei o sentimento para o lado e usei a Echarpe para fazer
uma fita. Quando o amuleto estava amarrado em volta do meu pescoço de novo, senti-me melhor.
“Pegue o restante do amuleto,” Eu instruí Kishan.
Lokesh estava deitado no chão, seus dois conjuntos de chifres apontavam para o céu. O sangue de Ren ainda brilhava em um deles. Kishan rasgou a parte superior do manto de Lokesh e puxou o amuleto solto. Ele o colocou em minha mão aberta. Era um círculo quase completo com um tigre entalhado no centro.
Eu apertei o disco fortemente entre meu polegar e o meu indicador e disse, “O sangue do Capitão Dixon, do Sr. Kadam, do Ren e de inúmeros outros foi derramado por este... demônio. Ele precisa ser completamente destruído.”
Sem saber exatamente como ou por que, eu soube o que fazer. Usando o pedaço de fogo do amuleto, chicotei a Corda de Fogo no chão. Um abismo se abriu, estendeu-se e aprofundou-se até o núcleo derretido da Terra. Terríveis chamas saltaram da rachadura. Erguendo minhas mãos, ordenei que o ar pegasse o corpo de Lokesh, que subiu e flutuou à nossa frente.
Olhei nos olhos do monstro pela última vez. Eu quase podia ouvir sua risada irônica e perguntei-me se esta criatura iria me assombrar pelo resto de meus dias.
Kishan tocou o meu braço, quebrando o meu transe. Eu recuei e mandei o rei dos demônios para as chamas. Lokesh despencou pelo abismo. Quando ele não era mais nada além de cinzas, estalei o chicote mais uma vez e a terra se fechou sobre ele.
“Estou feliz que ele tenha ido,” Durga disse baixinho enquanto caminhava lentamente em nossa direção, desta vez acompanhada por seu irmão.
Sunil apoiou-se colocando o seu peso em sua irmã e nos observou com um olhar de admiração, mas eu não estava no clima para apresentações. Afastei-me dos dois. “Podemos ir, Kishan?”
“Só um minuto, Kells.”
A deusa rapidamente entregou a Kishan o kamandal. Foi quando eu vi a horrível ferida na lateral dele.
“Beba,” ela ordenou.
Ele pegou o pulso dela e os seus olhos encontraram os dele. “Beba,” ela disse de novo, dessa vez mais suavemente.
Kishan bebeu o elixir da sereia e em seguida ela o trouxe para mim. Eu afastei sua mão.
“Você precisa se curar Kelsey,” ela disse.
“A dor que sinto não irá embora.”
“Por favor, tome um pouco.”
Depois de olhá-la fixamente e ver que ela não iria embora, peguei o kamandal e bebi. Imediatamente sentindo a dor em meus músculos diminuir.
Quando eu entreguei a concha de volta para ela, ela perguntou: “Há algo que você possa fazer por... eles?” Ela indicou as tropas que estavam em torno de nós congelados em pedra e gelo.
“Posso tentar.” Respondi.
Esfreguei os amuletos entre meus dedos e senti através do tato de meu polegar qual peça representava a água. O poder dos rios, córregos, oceanos e chuvas me encheram, e naquele momento eu senti como se pudesse dissolver meu copo e afundar através do solo de onde estava.
Embora eu ainda sentisse o movimento de balançar da água enquanto ela rodopiava ao meu redor. Alongando-a com a minha mente eu fui de encontro aos homens que foram congelados e lentamente soprei calor em seus corpos. As moléculas de água se aceleraram e os homens começaram a se mover.
Meu polegar se moveu e eu achei a peça da terra. Meu corpo repentinamente se tornou pesado, inquebrável. O poder de terra me aterrou e me deu um centro. A terra não possuía desespero ou perda de sensações. Eu percebi todos os seres vivos que veem a partir dela, e toda a vida das coisas ao redor. Reorientada, encontrei os seres de pedra que pontilhavam a área em torno de mim e pedi a pedra para devolver a vida para esses seres. A pedra obedeceu e se derreteu pela paisagem. Os homens respiraram e viveram.
Durga passou por cada homem e deu a eles um gole a partir do kamandal. Ela estava cheia de compaixão e cada homem que olhou para ela caiu de joelhos em adoração, confiando em seus olhos. Eu cruzei os braços sobre o meu peito, determinada a não ser comovida por sua visão.
Quando ela havia administrado o elixir em cada homem, eles se reuniram próximos e ela e se virou para nós. “Essas pessoas
precisam de descanso e alimentação. Devemos leva-los ao acampamento e ajudá-los a se recuperarem.” Então a deusa humilde se virou para Sunil em respeito. “Se isso é aceitável para você.”
“Não. Você está certa Mika. Devemos cuidar deles.” Ele respondeu dando um passo para trás.
Ela assentiu com a cabeça e deu instruções para retornamos ao acampamento. Flanqueados por Durga e Sunil, os homens partiram imediatamente.
Com um movimento gracioso de seus braços, Kishan levantou o corpo tigre de Ren e nós solenemente seguimos nossa tropa. A cauda branca de Ren arrastava no chão e sua cabeça se dependurou do braço de Kishan. Minha respiração parou e eu tive que tentar engolir várias vezes.
De volta ao acampamento, eu usei o Colar de Perolas e a Echarpe para criar um balde de água quente e panos limpos e limpei o sangue do pelo de Ren. Kishan havia me deixando sozinha por um tempo, dizendo que ele retornaria para enterrar Ren após montar o acampamento. Havia algo reconfortante em ficar sozinha com o meu tigre e preparar seu corpo. Era um ato final de serviço que eu poderia fazer pelo homem que eu amava e falava baixinho para ele enquanto trabalhava.
A luz esmaeceu e eu escutei um barulho.
“Há quanto tempo você está ai?” Perguntei a Kishan.
“O bastante.” Ele respondeu com uma expressão tensa.
Ele entrou na tenda e foi seguido por Durga e seu irmão.
Um momento depois a tenda se abriu e uma cabeça careca apareceu.
“Posso entrar?” Phet perguntou.
“Por favor!” Durga respondeu.
Phet viu Ren naquele momento e balançou a cabeça. “Esse foi o mais infeliz dos acontecimentos.” Ele disse e se abaixou em uma almofada.
“Você tem um dom para eufemismos.” Eu respondi seca com
lágrimas.
“Há esperança minha flor. Você tem todas as peças do
amuleto?”
“Sim.”
“Posso vê-las?”
Eu levei a mão à peça de fogo em meu pescoço e a coloquei
em sua mão então peguei aquelas usadas por Lokesh que havia
deixado ao meu lado e entreguei a ele também.
Enquanto ele removia a peça de fogo da fita e me entregava de
volta com a chave de ouro de Kishan, ele explicou: “O Amuleto de
Damon é uma Astra. Um Astra é uma arma cósmica ou ferramenta
se quiserem, que tem o poder de grandes canais se devidamente
invocado.”
“Sim. Uma divindade irá responder a um encantamento e
tomar as armas como seus presentes. Por exemplo. A Agiastra cria
uma chama inextinguível, A Suryastra gera Luz brilhante e a
Varunaastra produz grandes quantidades de água. Quanto maior o
deus, maior o poder que Astra empunha.”
“E qual é esta?” Eu perguntei. “E como vamos invocá-la?”
“Você já usou muito das peças contidas dentro das peças dos
amuletos individuais, mas o que você não tinha acesso era o poder
do amuleto reunido.”
E com um estalo, Phet havia acabado de colocar a peça de
fogo na seção vazia do disco do amuleto. As extremidades de cada
pedaço brilharam com uma luz branca, e, em seguida, as cinco
peças se tornaram completas. Ele segurou o Amuleto de Damon
para cima, e a luz da fogueira brilhava na pedra.
Ele o entregou para mim e eu corri o meu dedo pelo tigre esculpido no centro. “Nós sabemos que o Lokesh tinha poder sobre os elementos e criaturas ainda vivas.” Eu disse. “Agora que o amuleto está inteiro o que você quer que façamos com ele?”
“Bem, a primeira coisa que gostaria de fazer é trazer de volta o seu belo príncipe.” Phet disse com uma piscadela
Eu o olhei boquiaberta.
Suavemente eu perguntei: “Posso realmente fazer isso?”
“Você não pode. O Damonastra pode. Mas você deve chamar o poder de Damon.”
“Damon como tigre da Durga?”
O xamã hesitou e escolheu cuidadosamente as palavras. “O único e mesmo. Damon se sacrificou, dando os tigres vida no começo.” Ele explicou suavemente. “Ele pode conceder o mesmo poder novamente. Tudo que você tem a fazer é ler o mesmo encantamento.”
Eu olhava para as palavras em sânscrito que circundavam o amuleto. Nervosa, molhei os lábios e olhei para cima. “Kishan? Poderia ler isso?”
Kishan assentiu, sentou-se ao meu lado e me deu um rápido, mas carinhoso abraço.
Franzindo os lábios e traçando as palavras em torno do amuleto com o dedo indicador, Kishan murmurou, “Damonasya Rakshasaya Mani-Bharatsysa Pita-Rajaramaasya Putra, ele diz:
O Amuleto de Damon
Pai da Índia
O filho de...
Rajaram.”

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